Espectador
Deixa ferver o lume,
soprar o vento,
cair a chuva
e pousar os flocos
de neve sobre os ombros
que se vergam.
Deixa que abram
um caminho feito gelo,
até chegar ao lago
perplexo e solitário.
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Tu és apenas um espectador,
mas muito, muito antigo.
Um espectador de há séculos.
Por isso não precisas de dizer nada.
(Manuela Reis)
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