segunda-feira, 8 de maio de 2017

Frescura

As cataratas
que ouço correr
dentro de mim
refrescam-me os dedos
antes de eu escrever


(Manuela Reis)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Tão  tarde
te conheci,
amigo,
que só
agora
começo
a conhecer-me.

(Manuela Reis)

domingo, 28 de agosto de 2016

As sombras da noite

As sombras da noite
pincelam de escuro
as casas e ruas iluminadas
Da tua janela
à minha
só a luz fica  suspensa

(Manuela Reis)

terça-feira, 7 de junho de 2016

Uma flor

Uma flor zelosa, cheia de luz
multiplicada de alegria, alastra-se
pelas prateleiras e solitários cheios de ternura.
Eu nela e ela em mim
 
(Manuela Reis)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016


Quadro

Na linha do horizonte agora enevoado
passa um navio que dir-se-ia parado.
Entre mim e ele há uma distância
que nos pinta a ambos no mesmo quadro.

Avanço então e rompo o nevoeiro.
Para lá do quadro.
(Manuela Reis)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016


O menino

O menino
pegou numa folha branca
e no pincel…
Pintou com todas as cores
E no fim explicou.
Trovoada,
chuva, vento muito forte,
um elefante
e um monstro
em azul forte.
Depois, sorrindo,
disse que pôs a data
E assinou.

(Manuela Reis)
 

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Fui-me
outrora
um outro
eu
duplo
de mim.
In-
Coerente.
Eco
de mil
vozes
em vértice
ou
num espaço
abissal,
circular,
sem fim.

(Manuela Reis)