quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Caruma

Os meus passos,
tímidos passos,
pisam a caruma
queimada pelo sol.
O som que me chega
é o do crepitar
do restolho,
ao longo do caminho.
Eles conduzem
lá alto, às frondosas
árvores que tão perto
estão do fontanário
de pedra de onde
cai a água fresca e azul.
(Manuela Reis)

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Barco

Barco que abres
caminhos,
sigo-te à procura
de novos povos
e gentes.
Um novo mundo.
.............................
De longe é
uma voz cheia
de mistério que
me chama.
Junto de mim,
um silêncio enorme.

(Manuela Reis)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Primavera

Há um traço inesperado
com um sorriso fundo
que anuncia a primavera.
Há rebentos que nascem.
Árvores que estremecem
nos caminhos da quinta.
………………………….
Os primeiros frutos
perdi-os de memória.
…………………………
Só quando chegarem
é que os descobrirei
e pô-los-ei numa travessa
branca de porcelana.

(Manuela Reis)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Para sempre

Anda ver, meu amigo, à
transparência das águas
esverdeadas do tanque
de intocável granito e
que amávamos tanto,
as palhinhas que deitei
a boiar quando era menina...

(Manuela Reis)

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Escureceu
e o meu dia ficou inacabado,
Pleno
de palavras
magoadas.

(Manuela Reis)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O poeta 
 
O poeta
não prepara
o poema
prepara
o dia
em que
o poema acontece
 
(Manuela Reis)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Que vontade
de chamar
toda a gente
e dizer:
"Vou ficar calada"

(Manuela Reis)

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Dói-me
Dói-me não ser estrela
nesta noite gelada,
talvez o meu olhar
a pudesse aquecer,
iluminando os campos
mais recônditos
escondidos nas almas.
 
(Manuela Reis)