sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Ave azul

Ave azul,
lança no espaço
a linha do poema
e leva-o nas tuas asas
até ao fim do mundo.

(Manuela Reis)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Água da caleira

Toca com os dedos
na água que corre
na pedra da caleira
que cerca o prado.
Quando chove,
é uma torrente.
Agora, uma aragem
feita de silêncios
e palavras suaves.
É primavera.

(Manuela Reis)

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Talvez

Era um poema
Na palma da mão
duma criança.
Ou talvez uma pedra branca
nos olhos dela,
que brilhavam de espanto.


(Manuela Reis)


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012


Libélula

Há uma libélula
que atravessa
todos os meus sonhos,
e ao acordar,
espera por mim
na beira da janela.
Assim começa a madrugada.


(Manuela Reis)

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Resenha


A sombra contra o muro.
O sorriso da fonte
que deixa cair a água
azul e luminosa,
revendo auroras
a seguir ao prado
sem fim e sem memória.


(Manuela Reis)

sábado, 14 de janeiro de 2012

Escrevo

Bebo para voltar às fontes.
Por isso escrevo.
Mergulho as palavras
como se fosse
eu a mergulhar,
banhando-me nas águas.

(Manuela Reis)

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Curta-Metragem

Um prisioneiro
nada
na longínqua
floresta,
na memória,
e eu aflita
por ele,
perseguido
das margens
a toda a hora.  (MR)

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Casa

Com a base da casa
construíste os alicerces.
De lanço em lanço
adivinhei-te as escadas
e com elas o som dos passos.
Cá fora, pelas paredes,
trepavam pés de hera,
leve, fresca e verdejante.


(Manuela Reis)

domingo, 8 de janeiro de 2012

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Transparência
de tempos e de espaço
a Voz inicial
aqui e agora


(Manuela Reis)

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Não gosto
de auto-estradas.
Tiram-me
os caminhos.
Cortam-me
as casas
na retina
e aquela
árvore
de outrora,
além,
ao virar da esquina. 
(MR)